sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Até o fim.Todo dia.As mesmas palavras,as mesmas frases repetidas uma vez e mais uma.As críticas não diminuem,pelo contrário,só aumentam,cada vez mais contraditórias.E aprendo a enfrenta-las,a ouvir,a ficar calada.Na brincadeira de segundos que fazem os minutos,o silêncio acaba sendo uma vitória.E nesse caminho,o tempo tem passado.Cada vez mais rapido,cada vez mais curto,cada vez mais confuso.A voz calada é somente mais uma forma de tentar se mostrar forte.Quando você se sente tão fraca.Forçando uma reação,quando as lágrimas imploram poder tomar lugar.E mais uma vez,o rosto seco,é uma forma de provar a si mesma se você é capaz.Dentro,a luta constante pela escolha entre o certo e o errado.Implorando ao racional ser maior que o emocional,mesmo quando parece impossível.As horas jogadas foras,ao pé da cama,com a mesma música tocando sem parar,são somente momentos de conflito,consigo mesmo.Parece não ter fim.As ilusões,os sonhos,os medos,as angústias.Parecem não ter fim.E o "eu não consigo",de repente não pode mais fazer parte do seu vocabulário.Tentando o tempo todo provar que você esta fazendo o que pode,que as vezes o inesperado toma conta,sem que você queira.Que o irracional,resolve fazer você gritar um pouco com o mundo,como se o controle simplesmente se perdesse ao bater do vento em seu rosto.Sendo a mostra da personalidade que pessoas lhe dizem não ter...Tudo tem passado tão rápido,o tempo tem passado tão rápido,e a partir de agora,nada mais vai diminuir,o ritmo vai aumentar cada vez mais.A partir de agora,ser você não é mais uma opção,e sim uma obrigação.Entre críticas e crises,é somente isso que me fará continuar olhando para frente,sem medo de cair e me machucar.A partir de agora,crescer não é mais uma opção.É uma obrigação.E ser quem tenho sido nestes últimos anos,importa mais agora,do que jamais havia antes.O passado se distancia cada vez mais,levantando sua cabeça ao que esta por vir...Talvez não seja perfeita.Mais é essa imperfeição que me ensina.É errando,e aguentando as consequências,que sei como corrigir toda essa confusão.Sei que não faz sentido...mas quem disse que é para fazer?Serei eu,até o fim,e isso,é o que importa.

sábado, 18 de outubro de 2008

Papéis amassados por todo o quarto.Os rascunhos ainda frescos de tinta.Monobloco na escrivaninha,e caneta a mão.Um ritmo.Um toque.Um som.Sussurrado constantemente pela boca da menina.As mãos trabalhavam as palavras,como se não houvesse controle algum.Seus sentimentos eram transferidos para aquele pedaço de papel em branco,sem motivo algum,como o diário escondido,contado com receio.
Não havia explicação.Por mais que procurasse por uma,aquela menina não conseguia encontrar a resposta certa.Violão ao lado,esperando transformar das frases perdidas e confusas uma história tocada em música.E escrevendo as memórias,os problemas,as incertezas,suas expressões eram vagas.Vagas pelas lembranças que exigiam um sorriso,que ela não desejava ter no momento.Vagas pelas lágrimas que deveriam surgir,mais que não permitia derrubar.Vagas...
As horas passavam,entre sentenças e notas musicais.Fazendo do tempo,os olhos que observavam o feito.Como se mais nada existisse.Não importando onde estava.Como se não fosse necessário...
A música a fazia mais forte.Era o que lhe dava forças a continuar andando,continuar rindo,ou até chorando.Era o que lhe fazia não dar gritos de raiva ou frustração.O que a fazia levantar a cabeça,quando tudo lhe implorava um fim.E as letras eram suas confissões ocultas.Confissões que não sabiam como correr aos ouvidos de outros,pedindo ajuda.Confissões talvez pessoais demais,que somente a música,o ritmo sabiam do significado.Confissões de uma adolescente,que tinha medo de revelar em qualquer outra forma,o que sentia.A voz cantava os segredos,as inseguranças,as frases sem sentido.
E olhando o final daquele trabalho,era como se estivesse livre.Como se tivesse colocado tudo para fora.Não importava mais se ela sentia-se exposta.Porque de repente era somente ela e a música.Ela e as palavras.Ela e o toque que lhe aconchegava,e a deixava calma.Ela e as frases escritas pelo coração.
"Porque cada batida é uma memória a qual devo esquecer e dizer adeus."

"2 AM and I'm still awake, writing a song
If I get it all down on paper, it's no longer inside of me,
Threatening the life it belongs to
And I feel like I'm naked in front of the crowd
Cause these words are my diary, screaming out loud
And I know that you'll use them, however you want to
So breath...just breath"

domingo, 5 de outubro de 2008

A música tocava repetitivamente, nos ouvidos da menina no parque.A mesma,uma vez e depois mais uma.Não tinha coragem de muda-la.Não queria.Seus soluços,inquietavam o parque.Precisava deixar o tempo agir,mas naquele instante tudo o que desejava era congelar aquela tarde,aquelas lágrimas.Atrás dos olhos castanhos,uma palavra.Tantos sentimentos guardados,tantas coisas não ditas.Era tarde demais.
A cor do gramado em que se deitava, trazia lembranças.O céu azul rabiscava as nuvens brincando com suas formas,enquanto ela simplesmente acompanhava o caminho que percorriam.Tanta facilidade na forma como se movimentavam.Tanta calma...E aquela vontade de chorar não ia embora.Havia esperado tanto.Nem por um dia havia derramado uma gota sequer por ele.Não se permitia.E por mais que houvesse tentado,a ferida que ele havia feito,hoje,doia mais que qualquer coisa.A imagem que implorava poder esquecer,se repassava a cada minuto por sua cabeça.
O vento sussurrava as risadas que deram,e a dança que tiveram naquele baile.Sussurrou também as cartas escritas e confissões trocadas.Os olhares amigos,e as converssas jogadas foras.Lembrou da época em que podiam se dizer melhores amigos.Da ocasião em que se encontrou apaixonada por ele.Do adeus não dado.
E de repente,ficou impossível continuar.Porque aquele amigo havia sumido.Virou somente mais um por entre as multidões.Só mais um rosto e alguém a dizer bom dia.Um estranho.E olhando ele com a mesma menina,de mãos dadas,não soube mais como segurar e guardar o sentimento,como havia feito tantas vezes.Dessa vez,não soube como ignorar as memórias,nem as lágrimas.Não tinha para onde correr,nem como esquecer o que finalmente aceitava sentir.E tudo o que conseguia era chorar,enquanto parecia que seus pés movimentavam-se sozinhos,levando-a para qualquer lugar,qualquer esconderijo.
Deitada,a música lembrou o tempo em que fugir era mais fácil,e amar ainda era algo inexistente.As palavras correram soltas por entre sua boca,pela primeira e ultima vez.Os olhos fechados em desespero,os fones tocavam a lembrança do que era hora.E o mundo em sua volta desapareceu,sendo somente um borrão,sem importancia.Era tarde demais.
"Te amei mais que sorvete de vanilha"

"I remember when we kissed
I still feel it on my lips
The time that you danced with me
With no music playing
I remember the simple things
I remember till I cry
But the one thing I wish I'd forget
The memory I wanna forget Is goodbye"

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Não faço idéia de quando aconteceu.Quando vi,aquilo ja era parte de mim.E de repente ficou tão difícil falar sobre as coisas.Não consigo tranformar esses pensamentos em palavras,nem em frases.Não sei explicar essa mistura de sentimentos que andam brincando comigo.E não tenho certeza se quero.Eu juro,estou tentando entender o que se passa,mas preciso fazer isso sozinha.Preciso descobrir isso sozinha...Não espero que os outros compreendam,porque nem eu mesma tenho certeza o que é isso.Só espero que tenham paciência.Paciência para que as peças que procuro se encaixem.Paciência para que eu mesma encontre essas peças,com meus proprios passos,meu proprio caminho.Porque ultimamente o tempo tem sido desastrado comigo.Jogando a cada curva,uma surpresa.Mostrando a cada buraco,um desafio.E a cada tropeço,uma nova forma de se levantar.Tenho tentado lidar com esses sentimentos.Da minha forma.E talvez não seja a melhor,nem mais esperta.Mais eu preciso deste tempo para mim.Para esclarecer minhas idéias,minhas atitudes...meu comportamento.Não estou pronta para desistir,e esperar o momento certo.Sei que talvez isso me pouparia.Mas talvez eu não queira ser poupada.Porque aquela menininha que corria pelos cantos da rua,brincando com seu patinete,e pulando amarelinha cresceu.Na verdade ainda cresce.E é tarde demais...para tantas coisas.As histórias fizeram de mim a garota que sou hoje.E o agora, fará de mim a mulher que pretendo ser.Então passo a passo,sigo em frente.Um pé de cada vez.Uma resposta de cada vez...No final, será isso que me levará ao que procuro.Seja lá o que isso for,e o que me reserva.Não espero que os outros compreendam.Só espero que tenham paciência,e me desculpem se no meio dessa estrada algo der errado.