terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Ela estava brincando de um lado para o outro.A risada de menina tomava conta do que aquele dia significava.O cheiro da árvore inundava aquela cidade pequena,aquela casa.As horas a faziam procurar no céu qualquer sinal.Os olhos brilhavam alegria,de garota,de mulher.
A casa da avó pouco a pouco fazia daquele dia mais uma das melhores recordações.As gargalhadas tomavam a atenção de qualquer pessoa que passasse pela rua.Aquela família chamava os olhares de qualquer desconhecido que vagava pelo lugar.Aqueles que os conheciam, entravam naquela garagem aberta de portões antigos,desejando o melhor de todos os dias,para todos.Dai em diante eram abraços,conversas,piadas,brincadeiras.Crianças correndo em todas as direções.Primos entretidos naquele esconde-esconde.Tios na lembrança de momentos vividos naquele local.Uma avó contando a história de sua vida.Irmãos com violão a mão,bongo em outra e um pandeiro improvisado feito de panelas,na cantoria mais desafinada e bonita de todos os tempos.
No tocar do relógio,indicando 23:30 um familiar desaparecia.Ao badalar das 24h houvia-se um sino.E olhando a sua frente,um papai-noel improvisado aparecia.Um papai-noel que havia tomado essa posição na família ja fazia 20 anos.Um papai-noel que trazia um sorriso no rosto de cada um daquela família,todo ano.Um que trazia os tão esperados presentes a cada criança.Um,que fazia possível acreditar no que tantos achavam tolo.Na sua existencia.
Naquela pequena cidade,aquela pequena casa,uma festa em família fazia dos minutos algo inexistente.Eram somente eles, e mais ninguém.Onde o dia de amanhã simplesmente não importava.Não naquele momento.
Ela estava brincando de um lado para o outro.E olhando a sua volta,a sua família,unida em um unico propósito,só havia uma coisa que desejava dizer
- Feliz Natal.

Da autora,para vocês.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Você passa pela rua, e se depara com milhares de histórias.Você olha nos olhos de alguém e vê além das cores.Você assiste pai e filha interagindo e sente conforto.Brincando com uma criança, lembra o que é, ser uma.As coisas são tão simples.Ser feliz é algo que pode ser tão simples.Então porque complicamos tudo?Porque a palavra felicidade tem que vir pelo que se tem,e não pelo que se é, com tantas pessoas?Simplesmente viva.Viva pelas pessoas que não tiveram chance.Viva para as risadas sem sentido.Viva pelas dores,pelos sofrimentos.Viva para sonhar.Viva para mostrar aos outros que é capaz,quando duvidam de ti.Viva para chorar.Viva para crescer.Viva para tomar aquele banho de chuva.Viva para cair e levantar.Viva para ser quem é,e não quem os outros desejam.Viva para batalhar.Por um mundo melhor,mais justo.Viva, para poder no final dizer "valeu a pena"...E então é só você, e os pequenos momentos que te constróem.Os sorrisos que te ajudam.As mãos que te erguem.As pessoas que te ensinam.As dores que te fazem crescer.As siladas que te fazem amadurecer.Os abraços que te consolam.Num lugar e num momento que serão inesquecíveis,inexplicáveis.Porque são seus.Olhar para tras,ter memórias e falar "Eu vivi."

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Um grito agonizante.Sem motivo.A voz fraca,sem razão.Toda noite.Naquela mesma hora.Aquele mesmo sonho a levava ao desespero.Nos suspiros dos segundos, a dor se misturava com o alívio.No intrelaçar das horas,o tempo jogava as imagens como se fosse um jogo.Um que ela desejava poder abandonar,esquecer.Nos olhos,uma lembrança.Na boca,o ár que ainda tentava retomar.No corpo,uma história.Ao seu redor a escuridão fazia a noite,ela,fazia o som.As palavras corriam em sua volta,perseguiam seus olhos.E por um momento,teve que fecha-los.Bloqueando o mundo,as pessoas.Tudo o que conseguia ver,era o que uma vez foi.Um dia o sorriso não lhe saia do rosto.Um dia os sentimentos não tomavam conta de suas atitudes.Um dia foi uma menininha que deitava a noite para ouvir os contos do pai.Um dia foi uma garota que fazia mais.Hoje sentia um vazio.Hoje cada movimento seu parecia uma decepção.Hoje,frente a frente com o espelho,era como se não passasse de um rosto.Hoje,os olhos dele ainda a caçavam.E hoje,o que doia,era saber que só aprendeu a ser ela mesma,no dia em que ele foi embora.Uma garota que queria ser forte a qualquer momento.Mesmo quando não devia.E a vontade de chorar não ia embora.Por mais que tentasse.Talvez devesse sentir dó.Mas ao olhar para aquela menina,me peguei olhando para mim mesma.Com os olhos fechados,apertados a frase se repetiu.
"Só sei que em meus sonhos,você é mais real que em qualquer outro lugar." e isso não torna as coisas mais fáceis.