domingo, 6 de junho de 2010

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Quando eu era pequena, eu nunca havia entendido muito bem porque alguém gostaria do para sempre. Muito menos, porque alguém desejaria o para sempre. Eu lembro de sempre esperar pelo novo, por algo que surpreendesse e que tornasse os dias ainda mais inesperados. O que eu percebo hoje é que, para mim, naquela época, o para sempre estava incluido, eu só nunca me dei conta de que ele estava lá.
O tempo passou e de repente, o para sempre, se tornou necessário. Como algo que precisava continuar lá e que nunca mudaria. Que se manteria. Por mais piegas que isso soe.
A verdade? Eu quero o para sempre. Eu não quero lembrar que o amanhã vem, e que o hoje não será para sempre. Que, em dez anos, tudo pode mudar. Ou então em um mês; seis meses.
Eu quero as risadas para sempre. Eu quero o mato, eu quero os churrascos, eu quero as brincadeiras de bobinho, eu quero a correria, eu quero os tombos, eu quero fugir de vacas e touros, eu quero os jogos de final de ano, eu quero o caderno, eu quero as salas de aula, eu quero a godiva e eu quero os cinemas. Eu quero as festas que fazem com que eu me sinta um completo peixe fora d'água, eu quero as apresentações, eu quero as brincadeiras, as viagens, minha família. Para sempre.
Eu quero as coisas que me fizeram, me definiram, aqui, do meu lado. Eu quero olhar para trás e vê-las e eu quero olhar para frente e continuar sendo capaz de vê-las. Eu não quero o incerto. Eu quero aquilo que faz com que eu me sinta em casa. Eu não tenho medo do futuro. Mas, nesse momento, eu não quero o futuro.
Eu quero o Para Sempre. Eu quero que o tempo se mantenha. Eu não quero que ele passe. Eu quero o Pó mágico. Peter Pan? Sininho? Alguém?

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