segunda-feira, 16 de maio de 2011

Eu acho que nós nunca imaginamos que o tempo realmente vá passar. Quero dizer, nós sabemos que ele passará e nós até sabemos quando ele vai passar, como se estivessemos numa rodoviária esperando para pegar um trem, com hora marcada. Mas acho que nunca realmente nos damos conta de que o tempo, de fato, anda e passa até que, de repente, você se vê saindo daquele trem sem nem ao menos lembrar de ter entrado nele em primeiro lugar.
O que eu nunca havia realmente notado é que, existe um ponto nessa viagem - na verdade, no final desta viagem - quando o trem para e você precisa descer, para que outras pessoas subam e sigam suas próprias rotas, na qual você percebe que... você não quer descer. E por um momento - um breve momento - todas as pessoas, todos os momentos, tudo o que você não disse, os arrependimentos, passam por você como se nunca mais fosse possível voltar, antes mesmo dos seus pés tocarem o chão.
E então, você percebe, ao olhar para o trem e assistir mais e mais pessoas subindo, que não existe mais retorno e que, talvez, tudo o que você deixou naquele trem, ficará perdido com ele. E, de certa forma, isso é incontrolável.
Mas, apesar disso, você nunca vai se esquecer do que quer que ficou naquele lugar que você deixou. E, não importa se você perdeu o que não queria ou até mesmo se deixou algo que não foi de escolha sua - as memórias sempre serão suas. E também serão as palavras.
Até mesmo aquelas as quais você nunca disse ou teve coragem de dizer. Não importa o tempo que passe ou quanto ainda há para passar. Não importa o quanto passou. Porque, independente do tempo, para palavras, nunca é tarde demais.
Nunca vai ser.

 "Can the child within my heart rise above?
  Can I sail through the changing ocean tides?
  Can I handle the seasons of my life?

  Well, I've been afraid of changing cause I've
  Built my life around you
  But time makes you bolder
  Even children get older
  And I'm getting older, too"