sábado, 25 de janeiro de 2014

30/12/2013

Y,

          Desde 2009 - ou 2008, eu não lembro - quando o ano vai se engolindo cada vez mais e acabando, eu costumo escrever. No final do ano passado, quando chegou o momento de falar sobre o que tinha sido 2012, eu me lembro de pensar "preciso escrever sobre esse ano que foi absursamente bom". Não escrevi.
           A verdade é que eu acho que quando algo está bom demais você não tem tempo de escrever a respeito. Ou tem medo de azarar um amontoado tão bom de memórias. Ou simplesmente não sabe como colocar em palavras esse amontoado já que, sejamos sinceros, a tristeza é muito mais fácil de ser escrita e poetizada.
         O que eu percebi ao tentar falar sobre 2013, ao pensar em como falar sobre esse ano e o que ele tinha significado, é a simples explicação de que 2013 foi.
          Nesse formato sem sentido, sem conjugação, eu entendo esse ano exatamente assim - sem muito sentido. Não foi um ano ruim. Mas não foi um ano bom. Foi um ano mixado em tragédias, risadas e uma certa solidão que eu, enfim, aceitei estar em mim. 
            2013 me parece um ano vivido como um passo para o ano que realmente iria estar valendo, se isso faz qualquer sentido. Me parece um meio termo. Aquele trecho, entre o começo, meio e fim em que você se conserta para seguir mais inteira. 
         Eu não sabia, ao começar esse ano, o quão perdida eu estava. E nos meses que se seguiram, fui descobrindo sempre mais uma dúvida, mais um medo, mais uma incerteza. Fui me desentendendo cada vez mais para poder, enfim, me entender. Nas minhas milhares de dúvidas, criei mais algumas e encontrei respostas pra algumas outras. 
            O final de um ano sempre me intrigou, pelo simples fato de você tirar uma energia desconhecida de dentro de você para um novo ano. A ideia de recomeço sempre me trouxe uma certa paz quando o caos parecia fazer parte do meu corpo. A ideia de fazer diferente, a vontade, o famoso "chega disso, é hora de mudar".
                  2013 acaba e eu não sei mesmo o que esperar desse novo ano. Mas eu agradeço por esse ano maluco em que, tanta confusão, fez com que eu saisse dele me entendendo um pouco mais mesmo que, no meio de tudo isso, possa ter sido quase desesperador.
                  Hora do novo, hora do velho, hora de jogar coisas fora e de deixar entrar coisas novas. Hora de dizer mais sim e não tanto não. 

                  Que eu não tenha tempo ou jeito de escrever sobre o ano que se passou daqui 365 dias.

                                                                      C.