quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Algumas vezes, as pessoas pensam diferente. Ninguém é igual. Ninguém tem sempre os mesmos ideais, e a contradição é presente em cada um - É o que define nossa identidade. E, em alguns pontos, é difícil aceitar aquele que pensa de outra forma que não da nossa. Nós acabamos crescendo por considerar a opinião do outro só como isso - uma opinião - e acrescentamos um conceito - é uma opinião errada.
Eu falo isso por experiência própria, não sou hipócrita - tenho opiniões formadas e quando batem com ela, em primeiro momento, dentro da caixa que não para em mim, eu discordo. Mas depois, eu ouço. E, depois, se aquela ideia ainda não se encaixa, a minha resposta é um quase sorriso curto com a resposta "É, cada um tem sua opinião" ou então, só o silêncio. E, se não, estabelecer o que eu penso e pronto, segurando as segundas palavras que as vezes tenho vontade de dizer e, vez ou outra, infelizmente, dizendo-as da forma mais curta possível. Porque, antes de mais nada, existe o respeito.
E, infelizmente, quando se trata de política, o respeito na maioria das vezes é esquecido.
Oito anos atrás, eu lembro de estar voltando de carro para casa quando anunciaram no rádio como estava ficando estabelecida a eleição de segundo turno e que, o futuro presidente, já estava, por conta de sua pontuação, quase que por estabelecido oficialmente. O que realmente me marcou naquela ocasião, foi o olhar que meus pais trocaram um com o outro. Eu vi minha mãe olhar para meu pai, e trocar com ele um sorriso simples, um olhar de "finalmente". E, a partir daquele momento, os anos foram se passando e, de repente, nós podiamos viajar para a praia de novo. E nós podiamos ir até nossa família sem ser uma vez a cada cinco meses. E, ainda assim, eu ouvi inúmeros "Só vagabundos votam em pessoas assim" ou então "É só um analfabeto no poder". É uma opinião pessoal e, espero, ninguém entenda isso como uma tentativa de influenciar, é só um fato.
Nenhum político é completamente honesto e isso é decepcionante, mas ainda sim, de quatro em quatro anos, nós temos que definir quem preferimos que governe nosso país. Mas, o que os jovens não percebem hoje é que, deplorar a opinião do outro com um "Quem vota em tal pessoa é burro" nos coloca exatamente no mesmo nível que o tal político que você tanto odeia está. Olhar alguém com mesmez quando dizem o que pensam, não te faz superior, mais esperto ou torna sua opinião mais certa - Te faz preconceituoso.
Colocar seu ideal em ponto é saber explica-lo com mais palavras do que "Ele/Ela não sabe nada/Não fez nada". É ter argumentos e não levantar a voz. É respeitar quando o outro discorda e tentar convencê-lo por fatos e não por opinião pessoal e, caso ainda seja contraditória a sua, aceitar e não olha-lo como se o que ele acredita não existe. É engolir o orgulho e afirmar o que sabe e não o que acha. Mais do que tudo, é votar consciente e respeitar o fato de que, o voto consciente de outra pessoa, é diferente do seu.
Eu acho este um dos pontos principais de uma campanha - Se os políticos não tem a decência de se respeitarem, que nós tenhamos. E isso significa defender seu político com argumentos lidos e pesquisados. E, mais do que tudo, respeitar a opinião do outro.
Mais do que tudo, é respeitar a opinião do outro e lembrar que, na vida, existem coisas mais importantes do que estar certo, sempre.

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