sábado, 9 de maio de 2009

Na verdade eu não sei como ou por onde começar. Eu nunca fui muito bom em dizer adeus.
É que quando vamos crescendo, não nos acostumamos com a idéia de dizer adeus. Só nos ajustamos a ela. Está entre uma das coisas necessárias para se viver, para se entender. E por mais que eu já tenha dito isso inúmeras vezes, nunca me imaginei fazendo isso. Não com você.
Eu devia ter uns 5 anos quando perguntei ao meu pai, pela primeira vez, o que era amor. É que me confundia como os adultos viviam dizendo aquelas três palavras para as pessoas constantemente, mas não para todas. Como se fossem escolhidas a dedo.
Ele sempre teve um jeito único de explicar as coisas. Não foi diferente dessa vez.
Ele disse que amor é quando sua outra metade usa meias de pares diferentes e você acha adorável. Que amor é quando você lambe o yacult de dentro do pote e sua outra metade ri, tirando -o de seu nariz.Me disse que amor é quando duas flores se abrem, quando o céu se torna escuro e quando a chuva cai e as duas metades continuam inteiras. O amor naquele instante parecia se resumir em aceitar e confiar, e em ser honesto.
É engraçado como podemos nos esquecer de coisas que aconteceram ontem e não nos esquecermos de uma definição de anos atrás não é? Um momento que fica conosco para sempre. Esse foi o meu.
Lembra quando nos conhecemos? Você estava no parque brincando de pega-pega com sua priminha. Eu não sei se existe amor a primeira vista, mas no instante em que te vi, por alguma razão, eu lembrei daquela resposta que meu pai havia me dito tempos atrás.
Eu só sei que quando me dei conta nós estávamos conversando e eu tinha aquela vontade de que aquilo não acabasse e que continuássemos no banco falando sobre sua teoria em como sorvete era a comida dos deuses.
Eu posso dizer uma coisa com total certeza. Você era a única constante em minha vida.
Antes da paixão, antes dos beijos, você era minha melhor amiga. Aquela com quem eu me encontrava de noite no parque para ficar deitado na grama, olhando para o céu e conversando. Aquela com quem eu tinha guerras de água e com quem eu ria até a barriga doer.
Você se tornou 'aquele a mais' que minha vida precisava. Aquela cor para o meu branco e preto. Por mais bobo que isso soe.
Eu posso dizer outra coisa com total certeza. Você sempre segurou minha mão. Se eu consegui passar pelos problemas que passei, foi porque você segurou minha mão no caminho. Porque você me fez ver que nada é horrível o suficiente para tirar o sorriso do rosto e parar de tentar.
Me desculpe. Me desculpe por dizer 'para sempre' e não ter sido. Por não ter percebido que as vezes os planos que a vida tem para nós, é diferente do que os que nós temos. Por não ter ido ao hospital antes. Por não ter estado ao seu lado para escrever um final feliz para a nossa história.
Eu sei que você é forte. Eu sei que você não vai morrer com tudo isso. Mas eu também sei que isso não torna tudo menos dolorido.
Eu quero que você vá atras da sua própria história e a escreva com suas próprias palavras. Eu quero que você procure um final feliz. Eu quero que você se permita ser feliz e lembre de mim como uma parte da sua vida que passou. Eu quero que você continue tendo o brilho nos olhos que sempre teve e seja capaz de falar com eles como sempre foi. Eu quero que você viva sua vida o máximo e não se prenda por conta do que aconteceu comigo. Eu quero que você continue com a risada que só você sabe dar e com as piadas que só você sabe contar. Eu quero que você continue sendo a garota que conheci aquela tarde no parque.
Me disseram uma vez que não é importante necessariamente ser forte, mas se sentir forte. E se lhe é jogado um problema é porque você é capaz de supera-lo. Não é um defeito passar por algo que muitos nunca passaram por. É uma força. E faz de você quem você é.
Você pode ser tudo. Eu acredito nisso, porque eu acredito em você.
Siga em frente amor. Se você esta lendo isso, é porque já esta na hora.

PS: Eu Te Amo.

2 comentários:

M. disse...

aaaaaaaaaaaaaiiin....


*-*

Jeh/JK disse...

Agora eu quero ver esse filme XD